sexta-feira, 25 de setembro de 2009

"LENDAS": O POEMA VENCEDOR DO 1º CONCURSO DE POESIA DA OFICINA LITERÁRIA VERSO E PROSA

Perpétua Amorim, vencedora do 1º Concurso de Poesia da Oficina Literária Verso e Prosa


A grande vencedora do 1º Concurso de Poesia da Oficina Literária Verso e Prosa foi Perpétua Conceição da Cunha Amorim, da cidade de Franca, no estado de São Paulo. O poema Lendas, que obteve o primeiro lugar geral, conquistou, além da comissão julgadora, os demais leitores e apreciadores de Literatura, presentes no evento de entrega da premiação, realizado na noite de 9 de setembro de 2009.


Parabéns, Perpétua!!!








LENDAS

Sapucaia, murici,
cana doce, amendoim,
jabuticaba tá no pé
com seu zóio arregalado
negro feito guiné
feito bolinhas de picumã
fumegando em cima de mim

Canarim no mamoeiro
Verde, amarelo, fusão
enche o papo e encanta
com seu canto feito mantra
saboreando o banquete
bolinhas, doces sementes
jabuticabinhas miúdas
feito caviar para gente.

É tempo de jabuticabas
o tronco fica pretim
moleques de outras bandas
com os seus embornais cheiiim
e os zóio arregalado
negro feito guiné
feito bolinha de picumã
insistindo em olhar para mim.


Sapucaia, picumã
tira o dedo do nariz
limpa a remela do zóio
lá na bica do jardim
cuidado com o Zagaia
bicho maldito e sem dó
que come a língua dos bois
e, depois dana a gritar de horror
correndo pelas veredas
dias e noites sem fins.

Jabuticaba, murici,
jambo, amendoim
para de olhar pra mim
tenho medo de cair
de meu jambeiro em flor
medo da noite escura
zóio da jabuticaba madura
arregalados, assim
olhos mateiros de lendas
milhares a me perseguir
destempero da infância.
Confesso! Não cresci.





Não poderíamos deixar de agradecer a todas as pessoas que tornaram este concurso possível. Com sua atenção e dedicação especial, colaboraram para tornar o Concurso de Poesia da Oficina Literária Verso e Prosa uma feliz realidade!


Agradecemos de modo especial e particular o empenho da vereadora Lindamir, que atendendo nosso pedido, mobilizou seus colegas vereadores para a colaboração financeira deste evento.
Reconhecemos e agradecemos aos seguintes colaboradores :


Vereadora Lindamir Maria Ivanoski
Vereadora Sandra Marcon
Vereador Wilson Andrade
Vereador Sergio Schmidt
Vereador Jorge Julio
Vereador Dirceu Mocelin
Vereador Celso de Souza Macedo
Vereador Darci Antonio Andreassa
Vereador Nelson Silva de Souza
Vereador Joslei Andrade
Vereador Lucir Marchiori

Também merecem nossos agradecimentos especiais:


Dr. Achiles Munaretto
Dr. Fabiano Andreassa
Atelier Fedalto & Otero
Copiadora Flash
Depil House – Depilação
À Página Distribuidora
Agradecemos, ainda, a todos os participantes, que, com seus belos poemas, mantêm viva a arte da escrita. E, desde já, deixamos o convite para participação na próxima edição.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

OFICINA LITERÁRIA VERSO E PROSA ESTÁ NO TWITTER


É com muita satisfação que anunciamos nossa chegada ao Twitter. Este será um novo espaço para discussão acerca da Literatura, em especial daquilo que a oficina estará produzindo. Nesta página nossos leitores poderão se manter informados sobre nossas atividades e outras novidades que possam ser postadas.

Se você já é usuário Twitter, pode nos acompanhar diariamente pelo site tornando-se um "seguidor", caso contrário, deixamos o convite para que nos faça uma visita.



Lembramos, ainda, o endereço de nossa comunidade no Orkut: http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=92197026

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

VENCEDORES DO 1º CONCURSO DE POESIA DA OFICINA LITERÁRIA VERSO E PROSA


Foram inúmeras as cartas recebidas e muitos os textos de qualidade e valor. Depois da leitura detalhada de todos os poemas concorrentes, a comissão julgadora, designada pela Oficina Literária Verso e Prosa, chegou a uma decisão.

Devido ao grande número de participantes, destinamos, também, um prêmio especial a um concorrente campolarguense.

A premiação será realizada no dia 9 de setembro, a partir das 19h, na biblioteca pública de Campo Largo. Os vencedores de outras regiões serão comunicados acerca de forma alternativa da entrega do prêmio.

Os poemas premiados serão publicados em breve em nosso blog. A relação dos vencedores está, também, divulgada em nossa comunidade no Orkut: http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=92197026

Parabenizamos os vencedores e agradecemos a todos aqueles que prestigiaram e tornaram possível este nosso primeiro concurso de Poesia. Contamos com a presença de todos na próxima edição.


Segue a relação dos vencedores:


1º LUGAR : “LENDAS”
Perpétua Conceição da Cunha Amorim
Franca – SP



2º LUGAR : “ABRAÇANDO A VIDA”
Marçal Ferreira de Souza
Campo Largo – PR


3º LUGAR : “ALTARES ALTERADOS”
Heloisa Galves
São Paulo – SP



MENÇÕES HONROSAS:


“OUTROS”
Ana Cecília Reis
Rio de Janeiro – RJ


“POR QUE MARIA?”
Mauro Martiniano de Oliveira
São Paulo – SP


“CAFÉ COM POESIA”
Carlos Roberto Pina de Carvalho
São Paulo – SP


“RECOMEÇO”
Rosana Banharoli
Santo André – SP


“LIBERDADE DE VERDADE’
Rosemari Aparecida Kanarski
Campo Largo – PR


“ALMA DE POETA”
Cacilda Kanarski Leal
Campo Largo – PR


“FORÇAS”
Arai Terezinha Borges dos Santos
Campo Largo - PR



PRÊMIO CAMPO LARGO

“ÚLTIMO SUSPIRO”

Abílio Machado de Lima Filho



quarta-feira, 19 de agosto de 2009

O POVO BRASILEIRO, DE DARCY RIBEIRO, NA VISÃO DE MYCHEL RENATO LIMA

Mychel Renato Lima disserta sobre O Povo Brasileiro


Mychel Renato Lima nos acompanha na oficina de literatura desde o começo de 2009, sua presença nos encontros nos permitiu refletir um pouco mais acerca da realidade social, econômica e política do nosso país. Seus textos são engajados e, por ora, pungentes, levando-nos a pensar sobre o que a sociedade brasileira está fazendo neste século 21. Tal estilo é reflexo de suas leituras, sempre com um tom bastante crítico.



Mychel nasceu no interior do Paraná, na cidade de Paraná do Oeste. Como ele mesmo afirma, lê tudo que lhe chega às mãos, hábito que possui desde os dez anos. Criança com poucos amigos, fez dos livros seus grandes companheiros de vida, começando pelos clássicos da literatura. Entre seus "autores fundamentais" estão Aldous Huxley, Henry Miller e Machado de Assis.



A dissertação de Lima acerca da obra O Povo Brasileiro, do autor mineiro Darcy Ribeiro, nos fez discutir questões contundentes acerca do que o Brasil enfrentou e enfrenta em termos de relações sociais, políticas e econômicas.



Ribeiro, formado em Antropologia, dedicou seus primeiros anos de vida profissional ao estudo dos índios do Pantanal, do Brasil Central e da Amazônia, entre os anos de 1946 e 1956. Dedicou-se, ainda, à educação primária e superior, criando a Universidade de Brasília, da qual foi o primeiro reitor. Foi ministro da Educação, no Gabinete Hermes Lima e, também, Ministro Chefe da Casa Civil no governo de João Goulart.



Suas idéias romperam fronteiras, em especial na obra em destaque, mostrando como se deu a miscigenação brasileira desde a colonização do país pelos portugueses. Mychel destaca alguns fragmentos de O Povo Brasileiro que merecem ser pensados e repensados:





Darcy Ribeiro (1922-1997)

A mais terrível de nossas heranças é esta de levar sempre conosco a cicatriz de torturador impressa na alma e pronta a explodir na brutalidade racista e classista. Ela é que incandesce, ainda hoje, em tanta autoridade brasileira predisposta a torturar, seviciar e machucar os pobres que lhes caem às mãos. Ela, porém, provocando crescente indignação, nos dará forças, amanhã, para conter os processos e criar aqui uma sociedade solidária.




Ribeiro divide o livro em quatro partes nas quais discute, respectivamente, as etnias que iniciaram a nação (Novo Mundo), a miscigenação (Gestação Étnica), o impacto que a nação brasileira sofreu em busca de uma identidade nacional frente às guerras, industrialização, imigração e crises mundiais (Processo Sócio Cultural), os esteriótipos criados sobre as condições de vida em cada região do país (Brasis). Finalmente, "toca, corajosamente, na ferida do destino nacional: em nome da ganância de uns poucos, sacrifica-se o bem estar coletivo [...]".




Esta obra imperdível nos foi dada para ser apreciada e lentamente degustada. Pensemos a respeito: por que nunca foi lida nas escolas? Por que nunca fez parte de leitura obrigatória nas bibliotecas estudantis? Os governos desejam realmente que reflitamos a respeito? Estas questões são contundentes.


Mychel finaliza sua apresentação com uma citação de Darcy que, de fato, dispensa comentários:




Fracassei em tudo o que tentei na vida.
Tentei alfabetizar as crianças brasileiras, não consegui.
Tentei salvar os índios, não consegui.
Tentei fazer uma universidade séria e fracassei.
Tentei fazer o Brasil desenvolver-se autonomamente e fracassei.
Mas os fracassos são minhas vitórias.
Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu.


Referências:
RIBERIO, Darcy. O Povo Brasileiro. A formação e o Sentido do Brasil. São Paulo. Companhia das Letras, 2ª edição, 1995.

sábado, 15 de agosto de 2009

ENCERRAM-SE HOJE AS INSCRIÇÕES PARA O 1º CONCURSO DE POESIA CAMPOESIA 2009

Informamos que as inscrições para o 1º Concurso de Poesia Campoesia 2009 encerram-se hoje, dia 15 de agosto de 2009, data limite para entrega do material na biblioteca pública municipal de Campo Largo ou envio pelos Correios, observando-se a data pelo carimbo postal.
A seleção dos poemas será efetuada por uma Comissão Julgadora especialmente designada pela
OFICINA DE LITERATURA, integrada por 03 (três) membros com vinculação com a área literária.

Os vencedores serão comunicados pela BIBLIOTECA PÚBLICA, até dia 4 de setembro e a premiação acontecerá no dia 09 de setembro no evento do CAMPOESIA 2009, na Casa da Cultura, Rua Centenário, nº 2011, Centro, às 20 horas.

OBRAS IMPERDÍVEIS

Nós da Oficina Literária compartilhamos com nossos leitores esta excelente lista de obras imperdíveis, criada pelo professor e escritor brasileiro Gabriel Perissé, à qual tivemos acesso graças à preciosa colaboração de nossa coordenadora Eliane Andrade Krueguer.

Meus clássicos - sugestão de leitura, lista de obras que devem ser lidas
(Gabriel Perissé )

- Mortimer Adler. Como ler um livro. Agir.
(Há uma reedição pela Guanabara.)
Inspirador, vale como companheiro para qualquer leitor.

- Miguel de Cervantes. D. Quixote.
Eterno. As aventuras inesquecíveis de dois amigos tão diferentes entre si. Indicado para os sonhadores, que se tornarão mais realistas, e para os realistas, que se tornarão mais sonhadores.

- William Shakespeare. Ricardo III, Henrique V, Romeu e Julieta e Hamlet.
É difícil ler teatro. Mas com um pouco de atenção para identificar que personagens estão falando, entra-se em contato com uma poderosa força criadora.

- Sófocles. Prometeu acorrentado, Édipo-rei e Antígona.
Insubstituíveis, imperdíveis, definitivas.

- Molière. O misantropo.
Genialidade em ação.

- Jonatham Swift. As viagens de Gulliver.
Através de uma história fantástica, o autor capta características marcantes da natureza humana. Indicado para os que não gostam de advogados.

- J. R. Tolkien. O senhor dos anéis. Martins Fontes.
A imaginação em alta rotação. Para quem gosta de começar e não parar mais de ler.

- Geofrey Chaucer. Os contos da cantuária. T.A. Queiroz.
- Edgar A. Poe. Contos.
Um mestre e um monstro sagrado a ser devorado.

- Júlio Verne. A volta ao mundo em oitenta dias.
Não só esta, mas todas as obras do escritor francês incitam a imaginação.

- C.S. Lewis. O grande abismo, Os quatro amores, O problema do sofrimento. Mundo cristão.
Cada vez mais conhecido pelo público brasileiro, é considerado um dos maiores escritores da Inglaterra neste século.

- Jorge Luís Borges. O Aleph.
Contista sagaz, labiríntico, desafiante.

- Lewis Carrol. As aventuras de Alice. Summus Editorial.
Outro clássico, sem o qual o mundo parece incompleto.

- Fiodor Dostoivesky. O idiota.Um escritor atormentado.
Seus escritos parecem estar com febre, e por isso requerem leitores bem preparados.

- Leon Tolstoi. A morte de Ivan Illitch.
Emocionante história de um homem que se vê diante da doença, da solidão e da morte.


- Kafka. O castelo, Metamorfose e O processo.
Para entender quando alguém diz que este mundo tornou-se kafkiano.

- Oscar Wilde. O retrato de Dorian Gray. Abril Cultural.
O aterrorizante trajeto existencial de um homem.

- George Orwell. 1984.
Uma história que repete e prenuncia outras histórias. Para quem ama a liberdade.

- Ariano Suassuna. O auto da compadecida.
Vale a pena ler. E reler.

- Mário Palmério. Vila dos Confins e Chapadão do Bugre.
Duas obras imperdíveis, escritas com paixão.

- João Guimarães Rosa. Sagarana e Grande-sertão: veredas. Nova Fronteira.
Criador audacioso da literatura brasileira, cuja forma literária sofisticada ressuma a percepção dos dramas humanos.

- José de Alencar. Lucíola. Ática.
Um livro tipicamente romântico, em que o amor e a pureza, as paixões e os interesses mesquinhos se articulam no estilo clássico do escritor nordestino.

- José J. Veiga. A hora dos ruminantes.
Realismo fantástico brasileiro.

- Gustavo Corção. Lições de abismo. Agir.
Um dos dez melhores romances brasileiros, na opinião de Oswald de Andrade, na altura do seu lançamento, na década de 40.

- Clarice Lispector. A hora da estrela. Nova Fronteira.
Pungente, mostra a grandeza escondida de cada pessoa humana na figura de uma nordestina que nasceu “sem anjo da guarda”.

- Fernando Pessoa. Poesia.
Genial, contraditório, polifacético.

- Mario Quintana. Poesia.
Falecido recentemente, Mario Quintana permanece como o poeta da simplicidade complexa.

- Carlos Drummond de Andrade. Poesia.
Apesar do pessimismo auto-corrosivo que percorre a maior parte dos seus poemas é, sem dúvida, o maior poeta brasileiro.

- Adélia Prado. Poesia. Siciliano.Grande poeta do cotidiano, das coisas simples, e dos sentimentos quase insuportáveis.

- Platão/Sócrates. Diálogos.
A inteligência, o argumento, a origem da mente ocidental.

- Aristóteles. Metafísica.
Para resgatar um tempo e uma mentalidade em que a filosofia ousava.

- Agostinho de Hipona. Confissões e A vida feliz. Paulus.
Os tormentos, a culpa, o arrependimento, a alegria, as descobertas intelectuais e espirituais de um homem inesquecível e, da sua autoria, a felicidade na visão platônico-cristã.

- T.S. Eliot. Notas para uma definição de cultura. Perspectiva; e De poesia e poetas. Brasiliense.
Essas duas obras são um bom começo de conversa com o poeta norte-americano, que expõe aqui as suas opiniões de pensador e crítico literário.

- Ezra Pound. A arte da poesia. Cultrix/Edusp.
Onze ensaios sobre a poesia, que vence as forças da rotina.

- José Ortega y Gasset. A rebelião das massas. Martins Fontes.
Referencial básico para filósofos e sociólogos que estudam o século XX.

Ao final, Krueguer nos deixa um desafio: E você? Quais livros indica?

A LISTA COMPLETA DE GABRIEL PERISSÉ VOCÊ ENCONTRA AQUI

domingo, 9 de agosto de 2009

A POESIA DE SEDINEI SALES ROCHA


A história de Sedinei Sales Rocha se confunde um pouco com a história da Oficina Literária Verso e Prosa, visto que ele está entre os integrantes mais antigos do grupo, participando dos encontros desde a sua formação, em 2007.

Filho de agricultores, Rocha nasceu em Tijucas do Sul, Paraná, em 01 de setembro de 1953. Casou-se em 1979 com Teresinha de Jesus Cardoso, com quem teve seus três filhos: Regis, Flávia e Luiz Felipe.

Atualmente, bancário aposentado, dedica-se à Literatura, direcionando-se para a poesia e para a pesquisa e registro de fatos históricos relevantes. Por suas atividades e pela formação em História e Estudos Sociais pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), tornou-se membro do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná e, também, do Centro de Letras de Campo Largo.


Entre seus livros publicados estão Expressões Poéticas I e História de Tijucas do Sul, além de textos como História de Dois Vizinhos, Tamanduá, Paranaguá Rodeado de Serras e Vida e Morte de Gumercindo Saraiva.

Entre os autores que o influenciaram na sua vontade de escrever ele cita Camões, que, nas suas palavras, "venerava quando era criança", Carlos Gomes e Olavo Bilac. Incentivaram-no, ainda, os escritos de José de Alencar, Machado de Assis ("este sobremaneira"), Cecília Meirelles e Carlos Drummond de Andrade. Entre os nomes estrangeios que o agradam estão Fernando Pessoa, Edite Fiore, Allan Kardec, Léonn Dennis e Heillen J. Garret, entre outros.



Deixamos aqui um delicioso exemplo da poesia de Sedinei:



FORMIGAS

Atacado por mil
Matei mais de duzentas.
Assassino confesso!
Em legítima defesa
Enquanto corre o processo
No juizado da consciência.
Tramitando toda a instância
Tomo, na verdade, ciência...
Que o crime foi por vingança.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

SEGUEM ABERTAS AS INSCRIÇÕES PARA O 1º CONCURSO DE POESIA CAMPOESIA 2009



Lembramos que as inscrições para o 1º Concurso de Poesia Campoesia 2009 continuam abertas até o dia 15 de agosto de 2009, data limite de entrega do material na biblioteca pública de Campo Largo ou postagem pelos Correios.
Podem participar da competição maiores de 16 anos, que apresentem poemas inéditos em língua portuguesa. Cada autor pode participar com apenas um poema.
O texto deve estar digitado em folha A4, com no máximo três páginas, em formato Word, fonte Arial, tamanho 12, espaço entrelinhas 1,5.

PREMIAÇÃO:
1º lugar: R$500,00 e certificado
2º lugar: R$300,00 e certificado
3º lugar: R$200,00 e certificado
E mais 7 (sete) menções honrosas, totalizando 10 (dez) selecionados.

Para obter maiores informações, além de ter acesso ao regulamento do concurso, é possível consultar a Biblioteca ou enviar-nos um email.

Biblioteca Pública “Dr. Francisco Ribeiro Azevedo de Macedo”:
Rua Centenário, 2011, Centro, 83601-000. CAMPO LARGO – PR. Fone: (41) 3392-4012

Oficina Literária Verso e Prosa: oficinaliterariacl@gmail.com

sexta-feira, 24 de julho de 2009

OFICINA LITERÁRIA VERSO E PROSA JÁ TEM COMUNIDADE NO ORKUT


Chegamos ao Orkut, um dos mais populares sites de relacionamento no Brasil! Nossa comunidade é direcionada a todos que apreciam a poesia em suas mais variadas linguagens: música, cinema, artes plásticas e, principalmente, LITERATURA!!!

Convidamos todos a participarem de mais este veículo, criando fóruns, enquetes, ou simplesmente, apoiando-nos com sua visita!

Acesse o link, e ajude a tornar esta comunidade grande e forte!!!

http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=92197026

Você não precisa ser poeta, basta ver poesia em tudo!!!


quinta-feira, 23 de julho de 2009

NÓS INDICAMOS ...

A oficina Literária tem como objetivo não apenas refletir acerca da poesia presente na escrita e seus diferentes gêneros, mas busca enxergar o poético em suas múltiplas linguagens. Como não poderia deixar de ser, somos profundamente influenciados pela música, pelas belas artes e também pelo cinema. A leitura de múltiplas linguagens faz parte da vida de todo poeta.

Por este motivo, estaremos muito frequentemente deixando neste humilde arquivo dicas de filmes que tenhamos apreciado, canções que nos tenham de alguma forma marcado, enfim, deixaremos expresso aqui toda forma de fazer arte que tenha nos deixado indelével impressão.

A indicação de hoje vem de Jaqueline Nascimento, integrante da Oficina Literária desde o início de 2008. Jaqueline indica o filme Beleza Roubada, com Liv Tyler e Jeremy Irons, e justifica sua escolha: "Quem já viu terá uma surpresa a cada nova apreciação, quem ainda não viu ficará encantado e, certamente, marcado para sempre".

Jaqueline é integrante da Oficina Literária desde 2008

Lucy Harmon (Liv Tyler) tem 19 anos, alguns sonhos e um trauma: o suicídio de sua mãe. Para tentar superar a dor, entre outros motivos, vai passar as férias na Toscana, Itália, na casa de Diana (Sinead Cusack) e Ian Grayson (Donal McCann), amigos de sua mãe. Há mais dois motivos para viagem de Lucy: Ian quer que ela pose para um retrato e, principalmente, ela espera reencontrar Niccolo Donati (Roberto Zibetti), com quem trocou o primeiro beijo. mas há um motivo mais profundo: ela deseja solucionar o enigma deixado pela mãe num diário. Lucy é uma menina que se faz mulher e, em meio às conversas, conta que é virgem. De repente passa a ser o centro das atenções naquela casa sempre repleta de amigos e convidados, como o escritor Alex (Jeremy Irons) e o marchand Guillaume (Jean Marais). Para essas pessoas sem ilusões, Lucy ensina o poder da juventude. (Grifo Nosso. Sinopse retirada de http://www.letrasdefilmes.com.br/filme/belezaroubada)


Liv Tyler protagoniza Beleza Roubada


Com direção de Bernardo Bertolucci, o filme é um elogio à juventude, mas também às belezas de um país repleto de história e mistério: a Itália! A exuberância de Lucy se confunde com a paisagem e os pedaços de poemas que ela deixa pelos cantos por onde passa é um reflexo de sua alma por vezes mortificada pelo próprio tédio. A personagem afirma: "quero me atordoar!"

Jaqueline resume o motivo de sua indicação afirmando: "o filme todo é um poema!"



Nome em Inglês: Stealing Beauty
Genêro: Drama, Romance
Diretor: Bernardo Bertolucci
País: Italia, França, Reino Unido
Ano: 1996
Confira o trailer do filme aqui:

terça-feira, 7 de julho de 2009

1º CONCURSO DE POESIA CAMPOESIA 2009

Já estão abertas as inscrições para o 1º Concurso de Poesia Campoesia 2009, promovido pela Oficina de Literatura de Campo Largo em parceria com a biblioteca pública municipal.
Podem participar da competição maiores de 16 anos, que apresentem poemas inéditos em língua portuguesa. Cada autor pode participar com apenas um poema.
O texto deve estar digitado em folha A4, com no máximo três páginas, em formato Word, fonte Arial, tamanho 12, espaço entrelinhas 1,5.
O prazo final para o envio do material é dia 15 de agosto de 2009, observando-se a data do carimbo postal.

PREMIAÇÃO:

1º lugar: R$500,00 e certificado
2º lugar: R$300,00 e certificado
3º lugar: R$200,00 e certificado

E mais 7 (sete) menções honrosas, totalizando 10 (dez) selecionados.

Para obter maiores informações, além de ter acesso ao regulamento do concurso, é possível consultar a Biblioteca ou enviar-nos um email.

Biblioteca Pública “Dr. Francisco Ribeiro Azevedo de Macedo”
Rua Centenário, 2011, Centro, 83601-000. CAMPO LARGO – PR. Fone: (41) 3392-4012

Oficina Literária Verso e Prosa: oficinaliterariacl@gmail.com

quarta-feira, 1 de julho de 2009

O QUE NOS INSPIRA

A heterogeneidade do nosso grupo se reflete constantemente nas nossas leituras. Os nomes que nos inspiram passam por Machado de Assis até chegar em Cristovão Tezza, vão de Florbela Espanca a Clarice Lispector, de Kafka a Adélia Prado.
Desejamos compartilhar isso sempre, com qualquer pessoa que esteja disposta a aprender algo novo ou que simplesmente goste de poesia, seja em verso ou prosa, em romances, contos, poemas ou crônicas, pois, como sabemos, ela está em todo lugar.
O poema de hoje vem de um homem que fez dos versos a sua vida: Vinícius de Moraes.

Balada negra
Éramos meu pai e eu
E um negro, negro cavalo
Ele montado na sela,
Eu na garupa enganchado.
Quando?
eu nem sabia ler
Por quê?
saber não me foi dado
Só sei que era o alto da serra
Nas cercanias de Barra.
Ao negro corpo paterno
Eu vinha muito abraçado
Enquanto o cavalo lerdo
Negramente caminhava.
Meus olhos escancarados
De medo e negra friagem
Eram buracos na treva
Totalmente impenetrável.
Às vezes sem dizer nada
O grupo eqüestre estacava
E havia um negro silêncio
Seguido de outros mais vastos.
O animal apavorado
Fremia as ancas molhadas
Do negro orvalho pendente
De negras, negras ramadas.
Eu ausente de mim mesmo
Pelo negrume em que estava
Recitava padre-nossos
Exorcizando os fantasmas.
As mãos da brisa silvestre
Vinham de luto enluvadas
Acarinhar-me os cabelos
Que se me punham eriçados.
As estrelas nessa noite
Dormiam num negro claustro
E a lua morta jazia
Envolta em negra mortalha.
Os pássaros da desgraça
Negros no escuro piavam
E a floresta crepitava
De um negror irremediável.
As vozes que me falavam
Eram vozes sepulcrais
E o corpo a que eu me abraçava
Era o de um morto a cavalo.
O cavalo era um fantasma
Condenado a caminhar
No negro bojo da noite
Sem destino e a nunca mais.
Era eu o negro infante
Condenado ao eterno báratro
Para expiar por todo o sempre
Os meus pecados da carne.
Uma coorte de padres
Para a treva me apontava
Murmurando vade-retros
Soletrando breviários.
Ah, que pavor negregado
Ah, que angústia desvairada
Naquele túnel sem termo
Cavalgando sem cavalo!

Foi quando meu pai me disse:
– Vem nascendo a madrugada…
E eu embora não a visse
Pressenti-a nas palavras
De meu pai ressuscitado
Pela luz da realidade.
E assim foi.
Logo na mata
O seu rosa imponderável
Aos poucos se insinuava
Revelando coisas mágicas.
A sombra se desfazendo
Em entretons de cinza e opala
Abria um claro na treva
Para o mundo vegetal.
O cavalo pôs-se esperto
Como um cavalo de fato
Trotando de rédea curta
Pela úmida picada.
Ah, que doçura dolente
Naquela aurora raiada
Meu pai montando na frente
Eu na garupa enganchado!
Apertei-o fortemente
Cheio de amor e cansaço
Enquanto o bosque se abria
Sobre o luminoso vale...
E assim fui-me ao sono, certo
De que meu pai estava perto
E a manhã se anunciava.
Hoje que conheço a aurora
E sei onde caminhar
Hoje sem medo da treva
Sem medo de não me achar
Hoje que morto meu pai
Não tenho em quem me apoiar
Ah, quantas vezes com ele
Vou ao túmulo deitar
E ficamos cara a cara
Na mais doce intimidade
Certos que a morte não leva:
Certos de que toda treva
Tem a sua madrugada.
In: Novos Poemas (II)
In: Poesia completa e prosa: Nossa Senhora de Paris
fonte: www.viniciusdemoraes.com.br/poesia

terça-feira, 26 de maio de 2009

UMA CRONISTA CAMPOLARGUENSE


Alice Gödke é campolarguense e trabalha como professora de Língua Inglesa pelo Estado do Paraná. Escreve conto, poesia e romance, mas sua especialidade é a crônica. Participa da Oficina de Literatura desde o seu início, pois afirma ver nos encontros uma porta aberta para a reflexão, "um momento cultural no qual podemos não só aprender com os demais, mas também falar e conhecer novos autores além dos já consagrados".



Alice se declara amante da natureza, da literatura e arte em geral. Para esta cronista, é importante conhecer novas culturas e fazer novas amizades. Tal atitude torna os encontros mais ricos, o que nos possibilita viajar pelas palavras desta ótima autora.



Confira Alice Gödke em verso e prosa:




O SONHO

O sonho é uma longa viagem
Onde a alma começa a voar
Pode ter muitas bobagens
Mas também o que contar
Seja com um lindo campo
E muitos pássaros a cantar
Ou ainda um lamento
O qual faz você chorar
Não importa quem nós somos
Muito menos o lugar
Só queremos ter bons sonhos
E com ele navegar
Para um dia; quando idosos
Termos o que poder falar
Não somente aos nossos netos
Mas a quem interessar
Seja dormindo ou acordados
Sempre estamos a sonhar
Com os príncipes encantados
E com objetivos a alcançar
Pois, o maior sonho do mundo
É que a paz venha reinar
Não somente entre os países
Mas em todo lugar.
Também um dia Deus sonhou
A humanidade toda agradar
Criando a natureza
Para todos encantar
Mas sabemos com certeza
Se o homem continuar
Destruindo essa beleza
Ao poluir; o Céu; a Terra; o Mar
Só restará a ele mesmo, sonhar...
Pois, somente os quadros ele irá apreciar.
Que pena! Mas o sonho vai continuar.






AS BORBOLETAS

Borboletas amarelas, azuis, ou das mais variadas cores, sejam lisas, ou diversificadas, grandes, pequenas, e de diversas espécies, são sempre notórias pela sua leveza, pelo seu silêncio, pela sua beleza .E também pela sua graça e discrição ao pousar sobre os mais variados lugares. Não causam medo, nem asco, apenas encanto, admiração ,sendo motivo de alegria para as crianças.
Ás vezes paradas, outras vezes voando sem destino, perto ou longe lá se vão elas embelezando ainda mais a natureza, provando ou reforçando o amor de Deus por nós, quando as criou assim tão belas, tão inofensivas, tão graciosas em seus movimentos...
Ao contrário de tantos outros bichos existentes na natureza, os quais demonstram tanta fúria, tanta raiva, e provocam tanto medo por serem traiçoeiros, venenosos, e violentos, independentemente do seu tamanho ou aparência.
Assim também são as pessoas: calmas, tranqüilas, educadas, sigilosas, amáveis, bondosas, carinhosas, amigas, confiáveis, e muitos outros adjetivos que fazem delas verdadeiros anjos em nossas vidas. Cujas existências são provas de que Deus está entre nós, através de tanta ternura, e amor que denotam pelas pessoas ao seu redor. Pessoas iluminadas, cujas presenças são notadas mesmo sem fazer qualquer barulho, assim como as borboletas silenciosas e inesquecíveis são observadas em qualquer lugar.
Enquanto que outras pessoas barulhentas, invejosas, mesquinhas, intrigueiras, egoístas, fofoqueiras, infelizes, e gananciosas agem como verdadeiros anjos maus, ou bichos peçonhentos e traiçoeiros, os quais quando não matam com a língua, matam com os olhos rancorosos. Cujas presenças não fazem falta em lugar algum, nem para ninguém. Até que algum dia ao se colocarem na presença divina consigam então descobrir o que é ser feliz de verdade, sem passar por cima de ninguém para conquistar o seu próprio espaço, aprendendo amar primeiro a si mesmo, depois ao próximo. Na certeza de que nada levaremos para a eternidade, apenas o que sentimos, vemos, e aprendemos enquanto existirmos neste mundo tão lindo, e ao mesmo tempo tão complexo, devido as diferenças existenciais.
Então, procuremos aprender com as borboletas, que não fazem mal algum , que só encantam, enquanto vivem.



domingo, 10 de maio de 2009

HAICAI

O que é Haicai?
É um poema de origem japonesa, que chegou ao Brasil no início da século 20. No Japão, e na maioria dos países do mundo, é conhecido como haiku.
O haicai clássico japonês obedece a quatro regras:
- Consiste em 17 sílabas japonesas, divididas em três versos de 5,7 e 5 sílabas
- Contém alguma referência à natureza
- Refere-se a um evento particular
- Apresenta tal evento como "acontecendo agora", e não no passado.
(fonte:www.kakinet.com)

Os haicais a seguir foram produzidos por alguns dos membros da Oficina Literária Verso e Prosa no ano de 2008:

Sonha a primavera
com as flores acordando
na beira do rio
(Miguel)

O frio do inverno
pinta na noite gelada
Fantasmas da neve
(Miguel)

Indigesto, o mar
Regurgita restolhos,
Na praia gelada
(Sedinei)

Dançam as folhas
Ao compasso do vento
Vem a tempestade
(Sedinei)

Lírios pelo chão
Entre o sim e o não
Busco estrelas
(LIM)

Meninos ao vento
Disputam o ar com libélulas
Pipas soltas no céu
(LIM)

A folha vai e vem
acompahno devagar
danço e adormeço.
(Alice)

Ouvi pingos de chuva
a vidraça embaçou
...então te amei.
(Alice)

Estes e outros haicais compõem um folheto distribuído em Campo Largo pelos membros da Oficina Literária Verso e Prosa no ano de 2008.


sexta-feira, 3 de abril de 2009

A DELICIOSA POÉTICA DE ARZÍRIO CARDOSO




Arzírio Cardoso, graduado em Letras Português-Espanhol e pós-graduando em Língua Portuguesa e Estudos Literários, escreve poemas e contos desde 2003. Suas principais influências, na poesia, são Paulo Leminski, José Paulo Paes, Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, entre outros; já na prosa, destacam-se Jorge Luis Borges, Dalton Trevisan, Raduan Nassar, Italo Calvino, Kafka e José Saramago.
Em sua poesia, tenta comprimir e sintetizar o máximo possível a linguagem, já que um de seus ideais poéticos é a concisão e a precisão. Também é característica de sua poesia a mescla com a prosa, já que a concatenação dos versos muitas vezes revela uma ordem factual lógica, como se no poema houvesse um pequeno enredo com início, meio e fim, cujo objetivo é a busca da coesão e coerência internas.
Arzírio passou a integrar o grupo da oficina literária no início de 2009.






Eis alguns textos imperdíveis ...






Confissão

Hoje matei um homem. Três tiros. Três palavras. Lentos. Frios. Premeditados. Desejados por mais de trinta anos. O primeiro acertou de raspão o ombro esquerdo. Sua morte não deveria ser muito rápida. Aquela criatura mesquinha e castradora, antes de ser devorada pela morte e pelos vermes, deveria saber quem era o seu algoz. Reconheceu-me. Não tão incrédulo quanto eu esperava, mas ainda assim, incrédulo. Jamais me julgará impotente e covarde novamente. Segundo tiro. Consegui ser um pouco mais incisivo. Um excitante perfume de sangue espalhou-se pelo ar: o cio atraindo um cão sedento. Acertei-o na barriga. O contraste entre aquele vermelho melífluo e o branco repugnante daquela camisa causava-me um inenarrável prazer estético. Era o nascimento de uma obra transcendendo o seu autor. Mas a criatura manteve-se de pé, forte, apenas as costas um pouco curvadas. Olhou-me nos olhos. Creio que sorriu. Sempre o mesmo olhar soberbo e desprezível. Pacientemente, parecia aguardar o golpe final, implacável, impiedoso. Foi no coração, certeiro, sem réplica. Três balas. Em cada uma, uma palavra. Uma após outra, numa sucessão geometricamente gradativa de sensações cujo desfecho eu não imaginava ser tão fartamente prazeroso. Na primeira, a palavra “Eu”, seca, enfática, que assegurou à vitima o reconhecimento da intenção do ato. Na segunda, “Te”, o limiar entre uma certa perplexidade causada pelo primeiro tiro e a certeza do terceiro. Na última, “Odeio”, a queda do oponente e o gozo do assassino, que virou as costas e partiu, indiferente, com a sensação dignificante de dever cumprido. No chão, estendido, enlameado por aquele sangue sujo e diabético que escorria na direção do ralo do banheiro, ficou meu pai.

Arzírio Cardoso 08/07/2005



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grão de areia
logo ali
No pingo do i



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Humor:
Hummmm!!!



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Ao ver-te
Algo se inverte:
Antes, sinto-me Goethe
Após, Werther.



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Síntese

Sem tédio:
Sintético.



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Adão enlevado

O vagar de Eva
Em meio às ervas
Era devagar
E sem reservas.



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A algumas cabras
Sombra, leito, capim fresco.
Ao resto, os restos
Cabresto.



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Posse

E mesmo os nós
Dos “nossos” ossos
Serão nossos?



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O nome e a filosofia

Humano
DefiNietzschevamente
Humano



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Meus 5 anos

“a” era a letra da abelhinha
“e”, a do elefante
E ia por aí afora
Saudades do jardim de infância
Quando só as vogais
Estavam em voga.

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Entomologia

Infestação de amantes
Luxúria
Incesto.
Até que chegue o desinfetante
Festa incessante
A atividade sexual dos insetos.

segunda-feira, 23 de março de 2009

POESIA VISUAL

poema Acaso, de Augusto de Campos




Os poemas visuais utilizam-se, basicamente, de recursos gráficos ou, simplesmente, visuais de tendência caligramática, ideogramática, geométrica ou abstrata. Segundo Fabio Lucas, escritor e crítico literário, "o poema visual utiliza, com rara felicidade, a combinação dos signos verbais com a expressividade da linguagem icônica. Assim os dois códigos, o digital e o icônico, se combinam à perfeição para traduzir imagens poéticas e juizos críticos." No Brasil, os irmãos Haroldo e Augusto de Campos se destacaram dando início ao movimento Concretista.

Seguindo esta linha, realizamos produções da colagem de recortes de revistas dos mais variados estilos. O trabalho se deu de maneira espontânea, como forma de desenvolver a criatividade e a percepção de que a poesia pode se encontrar nos lugares mais improváveis.





(poema visual de Mychel R. Lima)



(poema visual de Lídia Mara)




(poema visual de Eduardo Ars)




(poema visual de Jaqueline Nascimento)






(poema visual de Arzírio Cardoso)




(poema visual de Sedinei)




(poema visual de Elisete M. B. Batista)


(poema visual de Alice Góidke)




(poema visual de Darci Ferreira)





(poema visual de Orlnado Ferreira)

terça-feira, 17 de março de 2009

PATATIVA DO ASSARÉ NA VISÃO DE ELISETE MARIA BIANCHESSI BATISTA



Elisete Maria Bianchessi Batista é pedagoga e especilista em Alfabetização e Letrameto. Voluntária num grupo de terceira de idade durante 7 anos no Distrito de Bugre, em Balsa Nova, Batista viu no trabalho social uma oportunidade de retomar seus estudos e dedicar-se à pesquisa e produção de biografia de vários professores de escolas situadas em áreas isoladas, atividade que a impulsiona também atualmente. Elisete mora no Bugre, "um pedacinho do céu na terra", como ela mesma define.
Ingressou na Oficina Literária no início de 2009 com o anseio de aprender ainda mais e enfrentar novos desafios, além de "fazer amigos, distribuir sorrisos, apertos de mãos, enfim, abrir o
coração."
É possível dizer que foi um início primoroso. Na última quarta-feira, 11 de março de 2009, Elisete presenteou os colegas com o resultado de mais uma bela pesquisa, desta vez, acerca do grande poeta Patativa do Assaré.


Autodidata, leitor dos grandes mestres da Literatura Universal, Patativa decidiu dedicar-se à sua grande paixão: fazer versos. Poeta nato, canta as belezas da sua terra natal, o Ceará, e permanece fiel às raízes quando na criação de repentes dos mais diversos. Filho de agricultores, criado na roça, começa a "poetar" aos cinco anos. Seus versos são repletos de força na denúncia das injustiças sociais, tão recorrentes em nosso país.



Cabra da Peste nos revela um poeta, não inculto, como muitos o chamaram, mas imune à cegueira social que corrompe o homem:
"Eu sou de uma terra que o povo padece
Mas não esmorece e procura vencer.
Da terra querida, que a linda cabocla
De riso na boca zomba no sofrê
Não nego meu sangue, não nego meu nome
Olho pra fome, pergunto: que há?
Eu sou brasileiro, filho do Nordeste,
Sou cabra da peste, sou do Ceará."
Por trás da falsa simplicidade das palavras se esconde uma reflexão intensa e profunda acerca das mazelas que enfrenta o Brasil, país onde os pobres são direta ou indiretamente afetados pela injustiça.
Patativa, um homem de visão ampla, apesar de padecer de um "mal d'olhos", como ele mesmo costumava falar, critica a fome, a falta de terra, o excesso de poder nas mãos de uma minoria privilegiada, e até mesmo a mediocridade na televisão.
Os versos de A Triste Partida tornaram-se música na voz de Luiz Gonzaga, a príncipio, um pouco a contra gosto do poeta, mas depois com seu total consentimento:
"Meu Deus, meu Deus
Setembro passou
Outubro e Novembro
Já tamo em Dezembro
Meu Deus, que é de nós,
meu Deus, meu Deus
Assim fala o pobre
Do seco Nordeste
Com medo da peste
Da fome feroz
Ai, ai, ai, ai"
[...]
Entre suas principais obras estão Inspiração Nordestina (2003), Ispinho e Fulô (2005), Aqui tem Coisa (2004) e Biblioteca de Cordel: Patativa do Assaré (Org. Sylvie Debs).
Patativa do Assaré faleceu em oito de julho de 2002.

segunda-feira, 16 de março de 2009

NASCE O BLOG DA OFICINA LITERÁRIA VERSO E PROSA

Talvez a melhor palavra utilizada para nos definir seja a multiplicidade. Somos um grupo heterogêneo e, por tal motivo, sempre aberto a ensinar e a aprender, ou melhor, a compartilhar conhecimento. Nossa heterogeneidade percorre os caminhos mais variados, somos poetas, romancistas, cronistas, contistas e o que mais nossa imaginação nos permitir ser...simplesmente ser!
A Oficina Literária de Campo Largo nasceu no ano de 2007 a partir da iniciativa de Eliane Andrade Krüeguer, que viu no evento uma oportunidade de reunir talendos ou simplesmente pessoas que gostem da poesia e da prosa. Nasce, então, uma verdadeira equipe produtora de textos fascinantes.
Nos últimos meses o grupo cresceu consideravelmente, revelando os mais variados gostos e estilos. Temos os amantes das rimas, os poetas engajados, os cronistas envolvidos cotidianamente com o social, os romancistas, que se dedicam até mesmo à Literatura Infanto-Juvenil, e ainda aqueles que, com ou sem rima, escrevem também com amor.
Nasce hoje, por um desejo de compartilharmos nossas discussões e descobertas, o blog Oficina Literária Verso e Prosa. Este será um espaço aberto ao diálogo e ao aprendizado, um espaço para aqueles que amam a literatura, para aqueles que buscam o novo sempre, para todos que acreditam no poder da escrita e da leitura e, principalmente, na magia que elas possuem!
Convidamos todos a participar! Venham e descubram que o mundo é deliciosamente imenso!
Os encontros acontecem sempre às quartas-feiras, das 18h às 20h, na Biblioteca Pública de Campo Largo.
Para dúvidas ou sugestões, envie-nos um email: oficinaliterariacl@gmail.com